Empresa do Paraná apresenta biodigestores para produtores

Produtores de farinha de mandioca do Arranjo Produtivo Local (APL) conheceram, na manhã dessa quarta-feira (23), um modelo de biodigestor que pode ser utilizado em pequenas casas de farinha. A apresentação, que ocorreu durante o Fórum da Mandioca, em Arapiraca, foi feita pelo proprietário da empresa paranaense Rastro – Biodigestores e Energias Alternativas, Gelson Vieira.

Durante o encontro, os avanços na elaboração do Plano Safra Territorial do Agreste Alagoano também foram esclarecidos. O projeto visa fomentar a agricultura familiar por meio de um estudo sobre a situação das cadeias produtivas da área, apontando desafios, perspectivas e possibilidades de investimento. A iniciativa ainda contempla os APLs de Horticultura e Fruticultura no Agreste.

Para a gestora do APL de Mandioca, Jeane Vilarins, o momento traz discussões muito importantes para os integrantes do Arranjo. “O fórum alimenta nosso APL, nos dá energia. Aqui acontece uma grande troca de informação. Além do mais, a junção com a construção do Plano Safra trouxe um gás ainda maior para nossos debates”, avalia.

O uso de biodigestores já vinha sendo discutido pelos donos das casas de farinha, que muitas vezes não fazem o descarte correto da manipueira – liquido extraído da mandioca quando é prensada no processo de fabricação da farinha – e infringem leis ambientais. Entretanto, com o biodigestor, a manipueira poderá ser revertida em produção de gás.

De acordo com o gerente de negócios da Cooperativa Agropecuária de Campo Grande (Cooperagro), Eloizio Lopes, seis casas de farinha foram notificadas pela fiscalização e outra está fechada na região do Agreste. “O biodigestor é uma solução bem interessante para os produtores, mas precisa de um planejamento muito firme e equilibrado para dar certo. Por isso, convidamos a empresa paranaense para a apresentação”, explica.

Segundo o proprietário da empresa Rastro – Biodigestores e Energias Alternativas, Gelson Vieira, a implantação dos biodigestores gera uma economia de 50% na lenha usada nas casas de farinha. “Os produtores vão ter muitas vantagens com o uso desse modelo, pois eles se adequam à questão ambiental e, ao mesmo tempo, podem diminuir os custos da produção. Com o planejamento certo, em um ou dois anos, todos terão o investimento de volta”, aposta.

Na programação do evento, ocorreu ainda uma exposição sobre o Reniva, projeto de fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca a partir da seleção de manivas (mudas de mandioca) de alta qualidade e pureza. A iniciativa é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e da Paraíba (Codevasf) e o Ministério da Integração Nacional.